Impressões em mais do que três linhas
2022, não foi por mal
Tenho a impressão de que os graves problemas de 2022 tem a ver comigo. Por ter sido incauto não prestei atenção às superstições que existem com as passagens do ano. Devo admitir que elas são verdadeiras e perigosas. Alerto todos que lhes dêem valor e que se sujeitem às suas leis.
Se não acreditam, reparem, de 2021 para 2022, nas doze passas que devemos comer na passagem do ano, não me recordo quantas engoli, perdi-me, talvez à nona, quase que me atrevo a dizer, que comi a 13ª e pedi também um desejo. Além disso, quando alguém me perguntou que doze desejos tinha pedido, respondi em tom de brincadeira, “Ora, paz no mundo pois claro”. Outro exemplo, a minha mãe sempre que me escolhia a indumentária, selecionava cuecas azuis, ora, como já sou eu a escolher, lembro-me agora, que optei pelas verde tropa, com bananas desenhadas. Toda a gente sabe que, sem cuecas azuis os astros não actuam favoravelmente e desregulam o normal funcionamento do mundo.
Graças a isto, peço desculpa ao mundo por todo o sofrimento causado, confesso ignorância em relação às rígidas condições das superstições e considero-me enriquecido com os ensinamentos. Assim sendo, em 2023 às 0h01, sempre que comer uma passa vou apontar no papel, não vou revelar nenhum dos desejos e garanto que vou ter umas cuecas azuis cor de céu solarengo, para não haver dúvidas com o preto. Mas… será que faço bem escolher os desejos já à meia noite ou será melhor uns segundos antes do ano começar!? Bom, espero não me enganar desta vez.
Por: Filipe Fidalgo