Diabopédia
António de Oliveira Salazar
Ser proveniente de Santa Comba Dão, actual habitante dos pesadelos de esquerdistas e dos sonhos molhados de conservadores de direita em Portugal. O Salazar pertence à espécie dos ditadores nacionalistas. No entanto, o seu grau de parentesco com os fascistas provoca acesas discussões entre os especialistas. De uma adolescência passada no seminário, mudou-se, adulto, para a Universidade de Coimbra, afim de estudar direito. Ficou professor na mesma universidade. O Salazar deve ser tratado com a devida distância, qualquer convite será interpretado como vitalício. Convidado para a pasta das finanças, deixou-se ficar no Estado, ocupando diferentes cargos durante décadas. Assim nasceu o Estado Novo. Em 1933, acometido de uma forte alergia partidária, e preocupado com a saúde de outros portugueses que sofressem da mesma maleita, decide abolir os partidos políticos. Um ser do mais fino gosto social e cultural, cria a PIDE - grupo de funcionários públicos que, através da técnica do lápis azul, garantia de forma obcessiva a qualidade de tudo o que se esvrevia e dizia. Defendia que o talento se aprimora à força de cassetetes. Mandou construir inúmeras infra-estruturas um pouco por todo o país, das quais se destacam as escolas concebidas para que as crianças aprendessem a escrever os seus nomes e o do próprio Salazar. Os que não aprendiam à primeira, tinham na Mocidade Portuguesa um poderoso auxiliar educativo. Homem de poucas amizades, valorizava sobretudo a devoção (Cardeal Cerejeira) e os lambe-botas (António Ferro). Nos anos 60 expressa uma enorme vontade de viajar ("Para Angola rapidamente e em força") e, já no término da década, os objectos inanimados revoltados com a mansidão dos portugueses, decidem derrubá-lo, literalmente. Faleceu em 1970. Apesar do nome, o Estado Novo envelheceu e também foi derrubado. Mas António, o de Oliveira, o Salazar, continuaria nos corações das pessoas e seria eleito "O Maior Português de Sempre", vencendo finalmente as eleicões.