Diabopédia
Fernando Pessoa
É um ser que se dedicou à magia negra. Consta que viveu uma vastidão de vidas em corpos diferentes e que, por consequência, também morreu muitas vezes. Uma dessas vezes foi outro escritor macabro que o matou. Conhecido como um louco que nunca foi internado como tal. De tão intelectual até a sua virgindade a perdeu intelectualmente. Só foi dada importância à sua obra postumamente. Quando falamos da sua obra, referimo-nos à sua obra publicitária claro está. É hoje reconhecido como o maior publicitário da cidade de Lisboa, local de onde raramente saiu. Viveu em várias casas que hoje são visitadas por turistas voyeur. Estes gostam de observar as retretes - usadas por Pessoa para conseguir pensamentos magistrais, a cama - onde o artista tinha intumescências e coçava a caspa e a indumentária - na qual procuram desesperadamente por gotículas de suor que ainda persistam. É um ser que anos após a sua morte deu prosperidade à cidade de Lisboa, que o digam os políticos que guardam os seus ossos nas gavetas lá de casa.
A sua poesia era extraordinária porque pôde ser importada. Dessa forma, os portugueses conseguem vender a ideia que são muito dados a letras. Portugal é um país de poetas - mais uma mágica de publicidade feita por Pessoa. Os seus versos tornaram-se importantes pois são óptimas legendas de fotografias partilhadas nas redes sociais. No fundo Fernando Pessoa era um português vulgar, gostava de horóscopos, lia jornais, achava que lá fora é que era bom mas recusava-se a sair de Portugal, gostava de uma boa pinga, tinha os seus vícios com o tabaco, era vaidoso e vivia sempre nas lonas...