Impressões em mais do que três linhas
Grandes notas de arte contemporânea por um lerdo
Se há coisa de que os portugueses se podem orgulhar é de terem um país com uma expressão artística tão promissora e inspiradora, e recheada de talentos. Obviamente falo com demasiada excitação mas, depois de ver a exposição da nossa querida Joana Vasconcelos, somos tocados com uma energia fora do normal. A nossa rainha das latas e dos trapos é grandiosa em tudo… Tudo mesmo, a começar por ela própria... o nome dela é grande... o espaço que... lhe dão para as suas exposições também é gigante, tal como as suas exposições, obras megalómanas que ocupam corredores e contém também materiais de enormes proporções. Tudo enorme, tal como o enorme sucesso que também possui no país tal como no estrangeiro. A luz que a sua exposição oferece faz-me ficar cego de grandiosidade e luxo, faz-nos querer ostentar também qualquer coisa, é capaz de ser essa a impressão maior que me causou a exposição. As obras de arte causam sempre qualquer coisa não é? Depois de romper tanto ao nível de grandeza em cada obra fica difícil pensar no próximo objecto artístico que a sua grandiosa equipa poderá realizar. Tenho um palpite que poderia ficar como “a grande obra de arte de Joana Vasconcelos”. Como também não me sinto um qualquer neste universo pois descrevo-me também como um grande apreciador da obra, ou um grande fã de Joana Vasconcelos, ou até um grande seguidor, deixo aqui a minha sugestão.
“a grande obra de arte de Joana Vasconcelos” - A grande Joana depurava durante vários dias, digamos 1 ano, não, 365 dias que fica mais grandioso, para dentro de um grande recipiente que conservasse os excrementos e evitasse os ataques dos dípteros. Não se podia esquecer de que em cada dia o seu grande cócó enriquecia ainda mais a obra e acrescentava grandiosidade ao produto final. Se ao fim dos 365 dias o grande pedaço de si não fosse robusto o suficiente prolongava-se o trabalho por mais 365 dias pois a obra tem de estar sempre à altura do seu criador. Quando estivesse grandioso o suficiente era exposto numa grande sala para que o público percebesse o difícil trabalho que é ser artista e a grandiosidade que existe na nossa querida Joana, tanto criativa como material. Eu como fã iria gostar.
Por: Filipe Fidalgo