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Alma do Diabo

Alma do Diabo

Breves notas sobre a Pátria

21.07.24
JORGE ROQUE passa, quase (ainda existem alguns santuários) complemente despercebido no meio dos culturóides da nação. E percebe-se porque, o homem é um bombista e não um escritor. O recente livro PAÍS RATO rebenta com as letras, destrói a compreensão programada do leitor e torna-o coxo por ter sido apanhado por um obus que existia algures dentro de uma página qualquer do livro. Então, sobre os ditos: “vai ficar tudo bem”, “somos muito bons”, “Portugal é incrível”, (...)

Andreia C. Faria . Odeio e amo

07.01.24
“Odeio este tempo e a forma como os artistas, os opinadores, os decisores, os identitários, os proprietários, os poseurs, os empreendedores se movem nele: com avidez e condescendência, como se alguém, acenando de um qualquer futuro, lhes prestasse já homenagem. Bestas sensíveis, argutas, que para defenderem o seu prazer inundam à terra inteira um terror sofisticado, com disfarce de razão e alegria. Odeio os boçais, os intelectuais, os hedonistas. Os pais que geram filhos num (...)

Fragmento

02.01.24
O meu veneno é a rotina, Corrói as engrenagens do pensamento, Consome a alma em ruína.   Por: Augusto Bessa

Diabopédia

10.12.23
Fernando Pessoa É um ser que se dedicou à magia negra. Consta que viveu uma vastidão de vidas em corpos diferentes e que, por consequência, também morreu muitas vezes. Uma dessas vezes foi outro escritor macabro que o matou. Conhecido como um louco que nunca foi internado como tal. De tão intelectual até a sua virgindade a perdeu intelectualmente. Só foi dada importância à sua obra postumamente. Quando falamos da sua obra, referimo-nos à sua obra publicitária claro está. É (...)

Alberto Pimenta . As palavras do papagaio

17.09.23
“aprendi a dizer o que aprendi a dizer, diz ele. aprendi a dizer que aprendi o que aprendi a dizer, diz ele. aprendi que não aprendi o que não aprendi a dizer, diz ele. Comecei a dizer o que aprendi a dizer, diz ele de dentro da sua gaiola, aprendi a dizer o que dizem que se pode dizer, diz ele de dentro da sua gaiola, mas como dizem que o que se pode dizer apenas é o que já foi dito, diz ele de dentro da sua gaiola, só aprendi a dizer o que já foi dito,  diz ele, e como não (...)

Raul Brandão - A Vida e o Sonho

31.07.23
A vida é dura, a vida não se fez para sonhar; para triunfar é necessário bater para os lados sem ver quem vem, agarrar-se a gente com sofreguidão, morder... Ai dos vencidos! Pobres dos que hesitam um instante! Auxiliar alguém é perder tempo: prá frente! prá frente!... Fora o sonho! Para que é que em pequenos nos mentem e nos dizem que há amigos e afeições?... Entra a gente na vida com ilusões, que só se perdem com pedaços de alma, quando muito melhor seria dizer-nos que (...)

Diabopédia

25.05.23
José Saramago É um ser nascido na vila de Azinhaga que adoptou uma ilha nas Canárias como seu habitat predilecto. Dificuldades financeiras impediram-no de prosseguir os estudos académicos, mas frequentou a biblioteca com frequência para compensar. Conseguiu, assim, passar de serralheiro mecânico a Director-Adjunto do Diário de Notícias. O Saramago não é venenoso e tem na caneta e na língua os seus principais mecanismos de auto-defesa. Porém, torna-se agressivo quando mantido (...)

O Poeta da Habitação

06.05.23
No passado dia 8 de Março, o jornal Sol publicou parte da obra de um autor injustamente ignorado. Seu nome, António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, ou, como gostaríamos de chamar-lhe, o trovador da habitação. A redação do Alma do Diabo, como digna representante das letras nacionais, não pode deixar passar despercebido este poeta e ao longo desta semana dará ao público os sublimes versos que sairam da pena do autor. (Recomendamos a leitura (...)

Silêncio, Teolinda Gersão

25.02.23
Com base na sua página oficial, Teolinda Gersão já conta com 14 prémios literários distribuídos a 9 das suas obras, talvez seja mesmo a autora portuguesa mais premiada. Dito isto, podemos afirmar que estamos a falar da “Meryl Streep portuguesa” no que respeita a distinções literárias. Esbarramos facilmente em elogios à obra, dissertações fervorosas, qualidades ímpares de originalidade, voz feminina e poética, simplicidade oral… (bocejo) tudo bons argumentos de (...)

Adília Lopes - Avó Alda

24.11.22
"Avó Alda de lar da terceira idade em lar da terceira idade até morrer a fugir para a rua a partir braços a arranhar a cabo-verdiana contratada para tomar conta dela arrancou os anéis dos dedos deformados e foi pô-los na terra do vaso da begónia na varanda" Lopes, Adília. Dobra : poesia reunida, 1983-2021. 3 ª ed. - Porto : Assírio & Alvim, 2021. Por: Celeste Sampaio